No dia 8 de maio, a ABRAFE realizou mais uma reunião do Grupo de Trabalho (GT) de Segurança do Trabalho, reunindo especialistas e representantes das empresas associadas para discutir os desafios e soluções relacionados às emissões de monóxido de carbono (CO) nas operações de manutenção dos fornos de ferroligas e silício metálico.
O tema é de extrema relevância, considerando que o monóxido de carbono é um gás altamente tóxico, invisível, inodoro e insípido — características que dificultam sua detecção sem equipamentos específicos. Produzido pela queima incompleta do Carbono, o CO está frequentemente presente na superfície dos fornos quando esses são desligados para manutenção. Em ambientes semifechados ou mal ventilados, pode se acumular silenciosamente, representando sérios riscos à saúde humana.
O encontro contou com a participação de Wesley Nascimento Caldeira, Mário Lopes, Bruno Parreiras, Tacito Melo Normando, Luiz André, Rogério Acayaba e Clayson Miranda. Durante a reunião, foram abordados os procedimentos de monitoramento do CO, estratégias de mitigação nas operações de manutenção e particularidades dos processos produtivos das empresas participantes.
Tacito Melo Normando apresentou resultados de monitoramento, destacando a soldagem de barramentos de cobre como um dos pontos de atenção para emissões de CO. Entre as medidas discutidas estiveram o uso de ventilação forçada, abafamento da superfície do forno com material mais fino, uso de máscaras autônomas e a contratação de especialistas externos para avaliar os sistemas de ventilação.
Também foram debatidos os limites de exposição, com base na NR-15, e os protocolos em casos de detecção de níveis elevados do gás, incluindo o acionamento de alarmes e a paralisação imediata das atividades.
Durante a troca de experiências, Rogério Acayaba compartilhou as práticas da Minasligas, como o uso combinado de ventiladores e materiais com diferentes granulometrias para abafamento, o que resultou em significativa redução dos níveis de CO. Bruno Parreiras reforçou a importância da granulometria com baixa porosidade no tamponamento para maior eficiência. Finos do minério, da própria liga, ou mesmo sílica fume são normalmente utilizados.
Outro ponto relevante foi a discussão sobre a não utilização de água no resfriamento acelerado de fornos, que pode provocar explosões. O grupo reconheceu a necessidade de protocolos rigorosos nesses casos.
Clayson Miranda destacou a experiência de sua planta, enfatizando a calibração precisa dos detectores de gás e a rotação das equipes como medidas para reduzir a exposição dos trabalhadores.
Luiz André apresentou as ações implementadas pela Dow em Cabangu, como detectores configurados para alarmes em 25 e 39 ppm, uso de sílica fume para abafamento do forno e sistemas de monitoramento remoto — mesmo diante dos desafios de conectividade enfrentados pela unidade.
A soldagem de cobre e seus impactos na geração de CO também foi tema de destaque. Rogério Acayaba e Luiz André relataram experiências quanto ao uso de eletrodos e técnicas de soldagem, destacando a influência das ventilações no processo. Ficou sugerido que o assunto seja aprofundado nas próximas reuniões.
A geração de CO em processos de carbonização também entrou na pauta, com relatos sobre os desafios para garantir segurança operacional, a adoção de novas tecnologias e o atendimento às exigências cada vez mais rigorosas das auditorias de segurança.
Como encaminhamento, foi definido que a próxima reunião do GT promoverá um intercâmbio de boas práticas voltadas à mitigação de CO nas operações de carbonização, além de uma análise mais aprofundada sobre o papel da soldagem nas emissões.
A ABRAFE reforça a importância da atuação colaborativa entre suas associadas para a constante evolução das práticas de segurança e saúde ocupacional no setor.