No dia 1º de abril, a ABRAFE, representada por seu diretor executivo Bruno Parreiras, esteve presente na 1ª reunião de 2025 da Rede Clima da Indústria Brasileira, promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O encontro foi extremamente produtivo, abordando temas cruciais para a agenda climática do setor industrial brasileiro.
Destaques da Reunião:
🔹 Plano Clima – Setor Indústria: Descarbonização e Inovação
Durante a reunião, Gustavo Fontenelle, do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), compartilhou valiosos insights sobre o Plano Clima e os objetivos nacionais para a mitigação das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) até 2050. Para o setor industrial, os principais desafios incluem:
- Desenvolver soluções inovadoras e de baixo carbono para a produção nacional.
- Avançar na implementação de tecnologias de Captura e Armazenamento de Carbono (CCS), tanto na produção industrial quanto nas áreas bioenergética e de combustíveis fósseis.
🔹 Regulamentação do Mercado de Carbono: Desafios e Oportunidades
Para a regulamentação da Lei 15.042/24, que estabelece o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões (SBCE), o governo elaborou um detalhado plano, que descreve as etapas e os esforços necessários para priorizar as atividades em cada fase da implementação do sistema, além de identificar as interdependências críticas que deverão ser consideradas ao longo de todo o processo.
Na primeira fase, o foco principal será definir a governança do SBCE, principalmente em relação ao órgão gestor, e estabelecer os setores e atividades que serão regulamentados, além dos limites de inclusão. Também está previsto o desenvolvimento de um regulamento para a Mensuração, Relato e Verificação (MRV) das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).
Beatriz Soares, Coordenadora Geral de Finanças Verdes do MDIC, apresentou uma análise detalhada sobre o Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões de Carbono (SBCE), destacando os desafios e as oportunidades deste mecanismo no Brasil. O SBCE terá um foco inicial no setor industrial, com ênfase nos segmentos de cimento, ferro e aço, alumínio e papel e celulose.
Para mais informações – https://www.gov.br/fazenda/pt-br/orgaos/spe/desenvolvimento-economico-sustentavel/sistema-brasileiro-de-comercio-de-emissoes
Reflexões Importantes sobre o Contexto Brasileiro:
Apesar da relevância do setor industrial na agenda climática, é importante observar que o Brasil possui características únicas que impactam as emissões totais de GEE:
- Desmatamento para expansão do uso do solo e da agricultura são responsáveis por uma parcela significativa das emissões, superando as geradas pelo setor industrial.
- A indústria brasileira já adota boas práticas ambientais, com maior uso de energias renováveis e bio-redutores, resultando em emissões menores em comparação com países desenvolvidos, que ainda dependem fortemente de combustíveis fósseis.
Desafios e Oportunidades para o Futuro
O grande questionamento que se coloca é: Como garantir a participação efetiva de outros setores da economia na transição para uma economia de baixo carbono, sem comprometer o crescimento sustentável do país?
Bruno Parreiras destacou que, embora a transição para uma economia mais sustentável represente um grande desafio, ela também traz oportunidades para inovação e para aumentar a competitividade das indústrias brasileiras no mercado global.
“Foi um privilégio representar a ABRAFE nesse debate, ao lado de profissionais tão engajados com a agenda climática. Parabenizo também Rafaela de Freitas, da CNI, pela excelente coordenação desta reunião de grande relevância para o futuro da indústria brasileira”, afirmou Bruno Parreiras, ao final do encontro.
Confira o documento completo – Plano Clima Mitigação Setor Indústria, clicando aqui.
Confira o documento completo – Sistema Brasileiro de Comércio de Emissões – SBCE, clicando aqui.